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Muitas pessoas convivem com ela sem saber. A Helicobacter pylori, bactéria que vive no estômago humano, pode permanecer por anos no organismo sem causar sintomas evidentes. No entanto, quando se manifesta, seus efeitos podem ser severos — de inflamações crônicas a quadros de úlcera e, em casos mais avançados, câncer gástrico.Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50% da população global está infectada pela H. pylori. A maioria desconhece a infecção justamente porque os sintomas, quando existem, são leves ou facilmente confundidos com distúrbios digestivos comuns, como azia, má digestão ou dor estomacal.
Transmissão fácil, diagnóstico difícil
A infecção ocorre, principalmente, pelo consumo de água ou alimentos contaminados, além do contato com saliva ou fezes de pessoas infectadas — o que reforça a importância de boas práticas de higiene no dia a dia. Ambientes com saneamento precário estão entre os fatores de risco.
“É uma bactéria que se adapta muito bem ao ambiente ácido do estômago. Por isso, pode permanecer ali por muito tempo sem ser detectada”, explica o gastroenterologista Dr. Lucas Fernandes.
O diagnóstico pode ser feito de forma relativamente simples, por meio de exames como endoscopia, teste do hálito, sorologia ou biópsias. O tratamento geralmente envolve uma combinação de antibióticos e medicamentos que reduzem a acidez gástrica, aumentando as chances de eliminar a bactéria com sucesso.
Consequências que não devem ser ignoradas
Apesar de ser comum, a infecção por Helicobacter pylori não deve ser subestimada. Entre as doenças associadas à bactéria estão a gastrite crônica, úlcera gástrica e duodenal, além do adenocarcinoma gástrico — tipo de câncer que, embora raro, é altamente agressivo.
“Quando não tratada, essa bactéria pode provocar uma inflamação constante na mucosa do estômago, o que ao longo do tempo favorece o desenvolvimento de lesões mais graves”, alerta a infectologista Dra. Mariana Alves.
Prevenção ainda é a melhor arma
A melhor forma de evitar a infecção continua sendo a prevenção. Lavar bem os alimentos, garantir o consumo de água potável e manter hábitos de higiene pessoal são atitudes simples, mas essenciais. Além disso, o acompanhamento médico regular ajuda a identificar sinais precoces e permite um tratamento mais eficaz.
Pessoas com histórico familiar de doenças gástricas ou que apresentem sintomas persistentes devem buscar orientação médica. “Dor abdominal constante, perda de apetite, inchaço frequente ou náuseas recorrentes merecem investigação”, completa a Dra. Mariana.
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